OBRIGAÇÕES


As obrigações são instrumentos de dívida utilizados por governos, empresas e outras entidades para financiar as suas operações ou projetos. Ao adquirir uma obrigação, o investidor empresta dinheiro ao emissor em troca de pagamentos periódicos de juros e da devolução do capital no vencimento. Neste artigo, exploraremos em detalhe o que são as obrigações, as suas características, vantagens e desvantagens.

O que é uma Obrigação?

Uma obrigação é um tipo de investimento que representa um empréstimo que o investidor concede ao emissor. Os emissores podem ser governos (obrigações do governo), empresas (obrigações corporativas) ou entidades supranacionais. Ao comprar uma obrigação, o investidor recebe um documento que especifica o montante do empréstimo (valor nominal), a taxa de juro (cupão) e a data de vencimento.

Características das Obrigações

  1. Valor Nominal: É o montante que o emissor se compromete a devolver ao detentor da obrigação no vencimento. Normalmente, as obrigações são emitidas em valores padrão, como 1.000 ou 10.000 unidades da moeda correspondente.
  1. Taxa de Juro (Cupão): É o juro que o emissor paga ao detentor da obrigação. Expressa-se como uma percentagem do valor nominal e é paga em intervalos regulares, que podem ser anuais, semestrais ou trimestrais.
  1. Data de Vencimento: É o momento em que o emissor deve devolver o valor nominal ao detentor da obrigação. As obrigações podem ter prazos curtos, médios ou longos, variando de alguns meses a várias décadas.
  1. Classificação de Crédito: As obrigações são avaliadas por agências de rating que atribuem uma nota com base na capacidade do emissor para cumprir as suas obrigações de pagamento. Uma classificação alta indica baixo risco, enquanto uma classificação baixa sugere maior risco.
  1. Mercado Secundário: As obrigações podem ser compradas e vendidas no mercado secundário, permitindo aos investidores negociar antes do vencimento. O preço das obrigações no mercado secundário pode variar em função das taxas de juro e de outros fatores económicos.

Vantagens das Obrigações

  1. Rendimentos Previsíveis: As obrigações proporcionam pagamentos regulares de juros, o que pode ser atrativo para quem procura uma fonte de rendimento estável, como os reformados.
  1. Diversificação: Investir em obrigações ajuda a diversificar uma carteira de investimentos, reduzindo o risco total. As obrigações costumam ter uma correlação negativa com as ações, podendo assim trazer estabilidade durante períodos de volatilidade nos mercados acionistas.
  1. Menor Risco: Em comparação com as ações, as obrigações são geralmente consideradas investimentos de menor risco, especialmente as emitidas por governos de economias estáveis.
  1. Proteção contra a Inflação: Algumas obrigações, como as indexadas à inflação, são concebidas para proteger o poder de compra do investidor, ajustando os pagamentos de juros e o valor nominal de acordo com a inflação.

Desvantagens das Obrigações

  1. Rendimentos Limitados: Embora as obrigações sejam menos arriscadas do que as ações, tendem também a oferecer retornos mais baixos. Isto pode ser uma desvantagem para investidores que procuram um crescimento mais agressivo.
  1. Risco de Taxa de Juro: Os preços das obrigações são inversamente proporcionais às taxas de juro. Quando as taxas sobem, o valor das obrigações existentes tende a cair, o que pode gerar perdas se forem vendidas antes do vencimento.
  1. Risco de Crédito: Existe o risco de o emissor não conseguir cumprir as suas obrigações de pagamento. Nesse caso, o investidor pode perder parte ou a totalidade do seu investimento. As obrigações de emissores com classificações mais baixas apresentam maior risco de incumprimento.
  1. Inflação: As obrigações com taxas de juro fixas podem perder poder de compra se a inflação aumentar significativamente, uma vez que os pagamentos de juros não são ajustados aos preços.

Tipos de Obrigações

  1. Obrigações do Governo: Emitidas por governos nacionais, geralmente consideradas as mais seguras. Incluem, por exemplo, os títulos do Tesouro dos EUA ou obrigações soberanas noutros países.
  1. Obrigações Corporativas: Emitidas por empresas para financiar operações ou projetos. O seu nível de risco e retorno varia conforme a saúde financeira da empresa emissora.
  1. Obrigações Municipais: Emitidas por entidades governamentais locais ou regionais para financiar projetos públicos. Os juros destas obrigações são muitas vezes isentos de impostos nacionais e, em alguns casos, regionais ou locais.
  1. Obrigações de Alto Rendimento (Junk Bonds): Emitidas por empresas com classificações de crédito mais baixas. Estas obrigações oferecem taxas de juro mais elevadas para compensar o maior risco de incumprimento.

Conclusão

As obrigações são instrumentos de investimento valiosos que oferecem uma alternativa às ações e a outras formas mais voláteis de investimento. Com as suas características únicas, vantagens e desvantagens, podem ser uma parte essencial de uma estratégia de investimento bem diversificada. Antes de investir em obrigações, é fundamental avaliar o perfil de risco e os objetivos financeiros pessoais, bem como considerar fatores como as taxas de juro, a inflação e a classificação de crédito do emissor. Com uma compreensão adequada das obrigações, os investidores podem tomar decisões informadas que estejam alinhadas com as suas metas financeiras a longo prazo.



A Nossa Estratégia

Como investidores, na parte menos líquida da nossa carteira, procuramos maximizar a rentabilidade — embora isso nem sempre seja o mais seguro. Utilizamos as obrigações como parte da diversificação do nosso portefólio.